No dia 25 de novembro aconteceu o evento tão esperado pelos consumidores de todo Brasil, a Black Friday. Mas aparentemente as expectativas não foram alcançadas da melhor maneira.
Para os lojistas, apesar de obter um aumento de vendas no período, o resultado final foi também abaixo do esperado, segundo o Ebit. A expectativa era alcançar R$ 2,1 bilhões em vendas, o comércio porém faturou apenas 1,9 bilhão, com alta de 17% em relação ao evento no ano passado.
O site G1 realizou uma pesquisa com consumidores antes e depois da data e comprovou a decepção pós Black friday. Muitas pessoas haviam feito listas de necessidades que seriam cumpridas no dia 25/11, porém ao acompanhar os preços percebeu-se que não valeria a pena concluir todas as compras.
Em contrapartida o e-commerce conseguiu 2,23 milhões de pedidos apenas no dia 25, crescendo 5% se comparado ao mesmo evento em 2015. Segundo o presidente da empresa Ebit, Pedro Guasti, mais de 200 mil pessoas realizaram sua primeira compra online por conta do Black Friday 2016.
Devida a participação de produtos de valores altos, como eletrodomésticos e eletrônicos as vendas deste ano conseguiram um ticket médio (valor por compra), 13% acima do registrado em 2015.
As reclamações também diminuíram referente ao último Black Friday, o que pode significar um preparo maior por parte das marcas e varejistas para atender melhor cada um dos pedidos e não repetir o famoso “Black fraude”, criando descontos reais e cuidando do seu setor de logística para não frustrar seus consumidores.
Lançamentos sem desconto e comprar pela metade!
Em entrevista concedida ao G1 José Maurício, analista de TI, diz que se decepcionou com as promoções desta edição. Ele participa da data desde 2011 e se prepara para comprar eletrônicos que necessite neste momento.
Este ano José planejou comprar um celular mais recente, porém ficou decepcionado com o resultado das vitrines online, “Os preços que eu vi no dia da Black Friday estavam iguais aos de três meses atrás e em alguns casos até mais caros” declarou.
Outro entrevistado do veículo foi Eliakim Santos, que planejou a compra de 2 tablets, porém também foi mal surpreendido com os valores e acabou comprando apenas uma peça para sua esposa, o tablet adquirido teve desconto de 30%.
O modelo que gostaria de adquirir para próprio uso custava R$ 1,4 mil antes da data tão esperada, e no grande dia em “mega promoção” o produto passou a ter o custo de R$ 1.650 mil, 20% mais caro que anteriormente.
“Utilizo um site de busca que compara os preços e lá tem um histórico que me ajudou a acompanhar e comprovar esse aumento. Percebi que alguns sites de venda inflaram o preço para simular um desconto. Vou deixar para outra oportunidade, talvez a liquidação de fim de ano”, disse Eliakim ao G1.
Loja Física x E-commerce
Segundo o ISV (Índice Seed de Varejo – empresa de inteligência destinada ao varejo físico), as lojas físicas tiveram uma quase de 3% de fluxo comparado ao evento em 2015. De acordo com a Seed, a data correspondeu a 8% do fluxo total do mês de novembro, já o fim de semana completo (entre 25 e 27 de novembro) representou 18% da movimentação total do mês e a semana que antecedeu a ocasião representou 30% do fluxo de clientes nas lojas físicas.
Já de acordo dados da Adyen (fintech responsável pelo processamento de pagamentos de empresas como Magazine Luiza, Dafiti e Netshoes), a Black Friday representou um avanço considerável para o e-commerce Brasileiro, comparado ao resultado obtido nos Estados Unidos, país responsável pelo nascimento do evento.
Referente a sexta feira anterior a Black Friday, as transações tiveram um aumento de 2,5 vezes, segundo a Adyen. “Estamos otimistas com o crescimento do e-commerce no país, que se posiciona hoje entre os principais mercados da Adyen no mundo. Os resultados obtidos durante a Black Friday reforçam o cenário de retomada da economia e também da transformação digital pela qual o varejo brasileiro está passando”, afirmou o vice-presidente sênior da Adyen para a América Latina, Jean Christian Mies, ao site E-commerce News.
Para 2017 ficam lições para o varejo e também aos consumidores. Aos varejistas um maior planejamento, com estudos de mercado que detectem o que exatamente é o foco de seu público, focando em ofertas que realmente tenham busca e não engane seus clientes. Ao consumidor, pesquisar sempre meses antes do evento, garantindo assim comprar de ofertas reais. Fale com a agência Spiner!